domingo, 23 de dezembro de 2012

K Y R I E

K y r i e 


As vias do meu corpo
dutos esvaziados de emoção
choram

onde?
onde todos os anéis do meu saturno?
onde as reverências
referências às mais belas áre(i)as do meu corpo

onde a pátria de mim?
em que porto fui parar se ainda quero tanto
os dons da minha pena

quero dizer à minha alma plena
[muito cedo órfã dos abraços
que me sei

tanto sei
que aqui estou a ser poesia no pranto de Mozart
e em todos os que vêm do limo
[até do limbo
lugares onde brancos lírios muitas vezes
brotam

e saem
aos gritos de Kyrie
a negar piedade aos meus destroços

Vida
à vida de mim!
 

[seja assim]


 
Eliana Mora, 20/02/2010

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