Quase um branco de céu
Quase nenhuma flor nos arredores do olhar
de repente
um céu com a brancura de um completo, inteiro e solitário
pedaço de papel
sem dobras nem letras
sem marcas de tempo ou algo assim que
o caracterizasse
apenas um céu perdido ali
em fatias
entre nuvens que se acharam
se juntaram
e explodiram em copiosa chuva
um céu de Saramago: branco,
a nos cegar de tristeza.
©Eliana Mora, 10/05/2010
Dedicado a José Saramago, "Ensaio sobre a Cegueira".
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