De mais divagações sob esta Lua
Há uma coisa de animal
no brilho dessa lua
que vem cobrir a pele tua
em simbiose tátil
e te faz réptil
te transforma n’alguma coisa nua
a arrastar-se e arranhar-me
porém sem sulcos a deixar em minha carne
Imensas borbulhantes taças de bebida entorpecente
a despejar [tal qual serpente] em mim
sementes que
nem pensam
vicejar
vicejar
Lua
domínio, dominó
mares e crateras no cristal repousam
dosagem lúcida de fogo ateias
mares e crateras no cristal repousam
dosagem lúcida de fogo ateias
pó indecifrável que ousa derramar-se
em minhas veias
Eliana Mora, 17 de novembro de 2002
em minhas veias
Eliana Mora, 17 de novembro de 2002
Série Dedicadas_do
Baú
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