Ode sem tempo e sem rascunho a Mozart
Em tuas notas penduro-me
qual nuvem sustenida
Deito-me
em tuas mãos
de dedos desenhistas de milagres
Silencioso gênio
vida fraturada
noites dedilhadas
jogo estranho de um quase tudo
ou quase nada
Lírica derrota
em fartos ganhos
ó doce poeta dos bemóis
e lacrimosas páginas
Receba pois a nuvem que se vai
a te encontrar
em estado líquido
gasoso, temeroso
[o que escolheres]
Pois daqui sai
tal qual um míssil que não há
rumo ao teu canto de Céu
onde deitará
E no doce murmúrio das sonoras
passarinhadas pautas
do teu Réquiem
para sempre
ficará
©Eliana Mora, 26 de maio de 2002
[Ao som do Réquiem, de Mozart]
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