Abismo criativo de Chopin
Naquele instante o cravo murcho
virou rosa
que foi se abrindo nos ouvidos da platéia
e mil tonalidades e desenhos furta-cor
a transformar em palidez
a tez do autor
Os teus prelúdios
de arroubos doentios
trazem a nós até cruéis sons de lirismo
encanto dócil
preservado insinuante
academias de criar de si
o abismo
Em tantas notas de profunda luz difusa
corta o salão aquele dom
aquela mágoa
aquela dor conceitual de tua vida
estava lá
em cada som
em cada tecla envernizada
O som diáfano
a trazer a constrição e a doçura
caía lá
a despencar de outros mundos
E as pessoas
num palácio da cidade
viveram mais - grande Chopin -
cada segundo
©Eliana Mora, 01 de outubro de 2000
Após concerto no Palácio da Cidade, Rio
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aqui, quem agradece tua mensagem é a Poesia.